Conhecer a história e a evolução do pintor profissional no Brasil, assim como os desafios enfrentados, nos ajudará a construir um futuro melhor. Saber de onde viemos é essencial para definir para onde queremos ir.
Olá! Hoje vamos falar sobre o início da história da pintura no Brasil. No entanto, não encontramos registros oficiais que tragam detalhes. Por isso, realizamos uma pesquisa na internet para introduzir o tema, mas queremos construir essa história com a ajuda de todos. Se você tem algo para compartilhar, envie sua história para o e-mail douglas@pintorabrapp.com.br. Sua contribuição poderá ser disponibilizada publicamente em nosso portal. Estamos em busca de relatos relevantes sobre a história da pintura no Brasil, assim como sobre o MBPM e a ABRAPP.
Sempre que necessário, este texto será atualizado com novas informações e relatos. Caso sua história seja compartilhada, ela poderá ser publicada na aba "Personalidades" aqui neste portal, destacando sua trajetória e contribuição para o setor. Acreditamos que muitos pintores, lojistas, indústrias, jornais, revistas, associações, líderes e ex-integrantes do MBPM podem contribuir para reunir e preservar a memória da pintura no país. Aguardamos seu contato! E lembramos que todos neste blog podem registrar e compartilhar sua história diretamente em seu perfil no portal. Basta acessar as opções de perfil e publicar seu relato. Esse perfil é possível compartilhar em suas redes sociais.
Os Primeiros Registros da Pintura no Brasil
A profissão de pintor no Brasil tem uma longa história, crescendo junto com o desenvolvimento do país. No começo, pintar estava diretamente ligado à sobrevivência e à expressão cultural. Pintar ajudava na sobrevivência porque os povos antigos usavam a pintura para se proteger do sol, do frio e até de insetos, aplicando pigmentos naturais no corpo. Além disso, a pintura também era usada para marcar territórios, identificar membros de um grupo e até para rituais de caça e guerra.

A pintura também era uma forma de expressão cultural. Os povos indígenas, por exemplo, usavam tintas naturais para pintar o corpo em cerimônias, festas e rituais religiosos. As pinturas contavam histórias, representavam espíritos e transmitiam conhecimentos de geração em geração. Além de pintar o corpo, eles decoravam utensílios, armas, moradias e objetos de cerâmica com símbolos e desenhos que tinham significados especiais para a comunidade.
Mesmo que as pinturas dos povos indígenas não tenham influenciado diretamente a pintura decorativa que conhecemos hoje, elas mostram que o ato de pintar sempre esteve presente na vida das pessoas, seja para garantir a sobrevivência, seja para expressar cultura e identidade.
A Evolução da Profissão de Pintor
Com a chegada dos europeus, principalmente a partir do século 17, a pintura no Brasil começou a se desenvolver de forma mais estruturada, influenciada pelos estilos e técnicas europeias. Durante esse período, a pintura era uma atividade artesanal, praticada por artistas e artesãos que trabalhavam na decoração de igrejas, palácios e residências da elite. No entanto, a pintura residencial e decorativa, como profissão, ganhou destaque significativo durante o processo de industrialização e urbanização do país, especialmente a partir do século 19, quase 200 anos depois.
O crescimento das cidades e a construção de novas casas e prédios aumentaram a busca por pessoas que queriam se tornar pintores especializados em revestimentos e acabamentos. No começo, esse trabalho era feito por pintores autônomos, que aprendiam na prática, observando profissionais mais experientes e passando o conhecimento de geração em geração. As técnicas eram simples, e os materiais usados incluíam cal, óleo e pigmentos naturais retirados de plantas e minerais.
No século 20, há cerca de 100 anos, a profissão de pintor começou a se fortalecer e a se tornar mais organizada. O Brasil cresceu rápido, com muitas novas casas, prédios e fábricas sendo construídos. Com isso, a necessidade de pintores qualificados aumentou, e surgiram os primeiros cursos de pintura, principalmente nas grandes cidades.

Outro marco importante para a evolução da pintura no Brasil foi o avanço da indústria de tintas. A produção industrial de tintas no Brasil teve uma mudança significativa em 1944, com o início das operações da Sherwin-Williams no país. A empresa, que já havia introduzido a primeira tinta à base de água em 1935, estabeleceu sua fábrica no Brasil, contribuindo para a disponibilidade de tintas de qualidade no mercado nacional.
(fonte:https://www.sherwin.com.br/conheca-a-sherwin/nossa-historia/?utm_source=chatgpt.com,
Antes disso, a produção de tintas era limitada, e grande parte dos materiais utilizados pelos pintores precisava ser importada. Com o desenvolvimento da indústria química nacional, novas fórmulas de tintas foram criadas, melhorando a qualidade e a durabilidade das pinturas.
Para complementar nossa história, quero adicionar o trecho enviado por e-mail pelo nosso amigo Rodrigo Bertyn, pintor profissional de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Ele traz questões importantes sobre a pintura, como a influência da escravidão, as limitações e tendências da época. Não podemos deixar de falar sobre isso também:
"Mesmo depois da abolição da escravatura, a construção civil ainda era feita, em grande parte, por negros, indígenas e seus descendentes. Essas pessoas não tinham acesso à educação, aprendendo os ofícios apenas no trabalho. Artesãos europeus que vieram ao Brasil ensinavam suas técnicas, ajudando a transformar pedreiros em profissionais mais qualificados.
No início do século 20 (apenas 120 anos atrás), muitos trabalhadores recebiam apenas moradia e comida em troca de serviço, especialmente longe dos grandes centros urbanos. Para as famílias pobres, a prioridade era garantir alimento diário. Muitos trabalhavam apenas para sobreviver e precisavam de serviços extras como faxina e engraxate para complementar a renda.
Até os anos 1970 ou 1980, o trabalho de pintura era, na maioria das vezes, realizado por pedreiros. Na época, um pedreiro precisava saber fazer de tudo, incluindo elétrica e hidráulica. Por isso, era raro encontrar alguém que vivesse apenas da pintura.
As opções de cores eram limitadas e a maioria era feita manualmente, misturando pigmentos. Os rolos de pintura eram caros e pouco usados até os anos 1970. Foi somente com a industrialização que a pintura começou a ser vista como um setor lucrativo.
A pintura era feita de forma muito simples. Grandes brochas eram usadas para aplicar cal, que era preparado em buracos no chão e dividido entre as equipes antes de ser passado nas paredes. Em casas de alto padrão, uma mistura – possivelmente com areia fina ou gesso – era usada para um acabamento mais refinado. Para lixar as paredes, utilizavam jornal com areia ou, em casos mais extremos, tijolo maciço.
Para pintar madeiras e metais, a tinta óleo era a mais comum. Sua secagem podia levar mais de dois dias e seu cheiro forte causava desconforto. Mesmo quando começaram a utilizar tintas à base de água, elas tinham muita amônia, causando ardência nos olhos e dificultando a respiração."
O Ensino e a Capacitação Profissional
A partir dos anos 1950, com a expansão da indústria de tintas e o crescimento das cidades, a profissão de pintor passou a ser mais procurada. Esse avanço levou à criação de cursos técnicos e escolas voltadas ao ensino da pintura. Inicialmente, essas instituições focavam na capacitação técnica dos pintores, proporcionando conhecimento sobre materiais e técnicas de aplicação como os oferecidos pelo SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), fundado em 22 de janeiro de 1942, com o objetivo de qualificar profissionais para atender às demandas da indústria brasileira.
Com o tempo, a formação evoluiu para incluir aspectos administrativos, auxiliando os profissionais na gestão de seus negócios com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) foi criado posteriormente, em 1972, com a missão de apoiar pequenos negócios por meio de consultorias, treinamentos e capacitações, incluindo cursos voltados para gestão e empreendedorismo. Esse desenvolvimento seguiu até a chegada da internet, que trouxe novas possibilidades de aprendizado e atualização para a categoria.
Com a chegada da internet e, mais tarde, com as redes sociais, o acesso à informação cresceu muito. Se antes era difícil encontrar conhecimento, hoje temos uma grande quantidade de conteúdo disponível. Isso beneficia os pintores, pois possibilita o aprendizado de novas técnicas e a descoberta de novos materiais. No entanto, o grande volume de informações pode esconder o que realmente é útil, já que existe muito conteúdo voltado para entretenimento e distração.

Na ABRAPP, optamos por não seguir o caminho do entretenimento porque acreditamos que o verdadeiro progresso vem do conhecimento. Em um mundo repleto de distrações, escolhemos focar no estudo e no trabalho, ajudando os pintores a se capacitarem, dominarem novas técnicas e crescerem profissionalmente.
No entanto, reconhecemos que o entretenimento é saudável nos momentos de descanso, especialmente quando está ligado à pintura. Campeonatos, festas de pintores e confraternizações são essenciais para a descontração, fortalecer a união da classe e estreitar o relacionamento com as empresas. Ver algo acontecendo é muito mais impactante do que apenas ouvir falar, e essa experiência acelera o aprendizado!
Mesmo vídeos de dancinhas ou performances com malabarismos na aplicação de efeitos contribuem para o desenvolvimento dos pintores, pois rompem a bolha e fazem com que a profissão seja vista por um público mais amplo. Afinal, quem não é visto, não é lembrado. Mas alertamos que o excesso de distrações pode desviar o foco do aprendizado e do crescimento.
O Futuro da Profissão de Pintor no Brasil
Atualmente, os pintores estão se profissionalizando cada vez mais, graças ao crescimento do número de escolas de formação em todo o país. Um exemplo de sucesso é a Universidade Futura do Pintor, em São Paulo, que completou 10 anos e formou praticamente todos os fundadores da ABRAPP. Em Manaus, a Faculdade Altezza surgiu como um centro de formação que, assim como a Futura, vai além da técnica de pintura, capacitando profissionais também em gestão, empreendedorismo e, principalmente, no desenvolvimento pessoal do pintor.
No entanto, ainda há desafios na capacitação técnica. Faltam escolas presenciais, com ensino continuado, aplicação de produtos e cursos de gestão, como os oferecidos pelo Senai, Sebrae, Tintas Futura e Tintas Altezza. Para isso, criamos a Escola ABRAPP, que utiliza as lojas como locais para as aulas (evitando a necessidade de criar sedes em todo o Brasil e mantendo o custo operacional da ABRAPP mais baixo). O pintor capacitado atua como instrutor, com apoio e aulas também das indústrias parceiras. Já temos dezenas de pintor formados, turmas para iniciar em todo o Brasil com nosso curso básico completo, e em breve lançaremos especializações.
A importância dessas escolas vai muito além do ensino técnico da pintura. Elas preparam os pintores para enfrentar os desafios do mercado, abordando temas como gestão financeira, organização de equipe, otimização do tempo e marketing pessoal. Além disso, tratam de questões essenciais como segurança no trabalho, bem-estar emocional e desenvolvimento pessoal, proporcionando uma formação mais completa. Com isso, essas escolas não apenas formam melhores pintores, mas também contribuem para a construção de uma sociedade mais qualificada e valorizada, além de fidelizar o pintor com a marca.

Apesar desses avanços, ainda é um desafio fazer com que mais pintores conheçam e utilizem esses recursos educacionais. Muitos profissionais experientes podem não perceber a importância de continuar aprendendo ao longo dos anos. Por isso, é fundamental investir em programas que incentivem a atualização contínua, garantindo que os pintores estejam sempre preparados para as novas exigências do mercado.
O aumento da lucratividade de todo o setor depende também da valorização e da formação contínua dos profissionais, algo que muitas empresas acabam esquecendo ou, quando começam, logo param. Isso lembra até obras públicas, que muitas vezes iniciam e não são concluídas.
Hoje, a profissão de pintor no Brasil é mais valorizada e reconhecida por sua importância na construção civil e na decoração de ambientes. A evolução das técnicas, o acesso a materiais de alta qualidade, a capacitação profissional e a criação de grupos e associações têm ajudado os pintores e todo o mercado.
No próximo capítulo, falaremos sobre o contexto da época e os fatores que influenciaram o início do MBPM. Deixe seu comentário e envie sua história por e-mail para douglas@pintorabrapp.com.br. Queremos conhecer sua trajetória no MBPM!
Até o próximo capítulo!
Muito boa matéria riquíssima em detalhes excelente parabéns 👏👏👏👏
Parabéns que matéria top amei ler
hoje amo ser pintora acredito que estava na veia
cresci vendo meu pai fazer cada casa lindas
recordo que ele fazia as cores que cliente pedia
está matéria feis viajar no tempo 🥰🥰🥰👏👏